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Defesa do trabalhismo marca ingresso de filho do presidente Jango no PPL

As teses nacionalistas e trabalhistas precisam ser recolocadas no centro de um projeto nacional, devem ser adotadas por um ou mais partidos, num amplo processo de mobilização contra o conservadorismo, o entreguismo das elites e pela reconstrução da soberania nacional.

Com essa mensagem, lida num caudaloso manifesto, sábado (1º), na Assembleia Legislativa de São Paulo, João Vicente Goulart ingressou nas fileiras do PPL – Partido Pátria Livre, tendo a seu lado sua mãe Maria Tereza Goulart e figuras históricas do brizolismo, como o deputado constituinte Vivaldo Barbosa. Para o filho de Jango, o PDT, que ele ajudou a criar, não consegue mais conduzir esse debate.

“As reformas de base defendidas pelo Presidente Jango, e que foram manipuladas pela direita para desferir o golpe de 1964, são ainda o caminho para a Pátria livre e soberana que buscamos. Nossas propostas são as reformas do povo e não as da Fiesp e deste Congresso suspeito e golpista”, disse João Vicente. Trabalhista histórico, ele é um dos remanescente da Carta de Lisboa, escrita em 1979 por Leonel Brizola e outros nacionalistas então exilados.

Direitos – Filho do presidente que estabeleceu o 13º salário e outros direitos, João Vicente denunciou o desmanche a legislação trabalhista proposta por Temer, entidades patronais e o Congresso Nacional. Ele criticou, ainda, a terceirização na atividade-fim, o negociado sobre o legislado, o parcelamento no pagamento de direitos e o esvaziamento da representação sindical. “Querem nos colocar numa posição anterior à própria revolução de 30”, denunciou.

Nacionalismo – João Vicente Goulart não dissocia trabalhismo de nacionalismo. Ao contrário, frisa: “O trabalhismo já foi o sonho de reconstrução da Pátria de todos, pluralista, participativa, com ideias, mas também com o domínio das tecnologias de ponta e das ciências”. Para o novo integrante da agremiação que tem no núcleo remanescentes do MR-8, a doutrina defendida por Getúlio e seguida, entre outros, por Jango e Brizola, resgata o passado, mas aponta para o futuro.

Reforma – Além das reformas de base, João Vicente defendeu profunda reforma política, sem o que, em sua avaliação, “não se agrega qualidade, não se mobiliza a vontade popular, não se engaja o povo num projeto de Nação autônoma, capaz de fazer frente aos monopólios locais e multinacionais”.

Para essa mobilização, nacionalista e suprapartidária, João Vicente Goulart defendeu a formação de frentes de esquerda já nas eleições de 2018. Ele afirma: “Temos o desafio de criar meios que nos livrem da esmagadora força do dinheiro, que contamina o processo eleitoral e subjuga governantes e mandatos”.

Manifesto – A Agência Sindical publicará na íntegra o manifesto lido sábado, 1º de julho.

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